⚠️ Nova autópsia de Juliana Marins enfrenta limitações técnicas, diz médica legista: “Poucas chances de novos achados”

A busca por respostas sobre a morte trágica da brasileira Juliana Marins, de 24 anos, ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (2). O corpo da jovem, que faleceu após uma queda de aproximadamente 300 metros durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, passou por uma nova autópsia no Rio de Janeiro — mas o exame, segundo especialistas, enfrenta sérias limitações técnicas que podem impedir novas conclusões definitivas.


🧪 Manipulação anterior e embalsamamento dificultam perícia

A médica legista Caroline Daitx, em entrevista à CNN, alertou que a nova necropsia terá um “escopo técnico bastante restrito”. Segundo ela, o corpo de Juliana já havia sido submetido a um procedimento invasivo no exterior, o que comprometeu severamente a integridade dos tecidos internos.

“A autópsia feita fora do Brasil já havia manipulado os órgãos. Além disso, o corpo foi embalsamado, o que inviabiliza análises fundamentais como a estimativa da perda de sangue”, explicou a especialista.

Mesmo com a preservação do cadáver, o embalsamamento altera a estrutura original dos órgãos e tecidos, dificultando qualquer tentativa de reconstituir com precisão a dinâmica da queda e a real causa da morte.


🩺 Autópsia inicial apontou hemorragia interna e trauma torácico

O primeiro laudo, realizado na Indonésia, apontou trauma torácico com hemorragia interna como causa da morte e descartou a hipótese de hipotermia, apesar de Juliana ter permanecido vários dias exposta ao clima severo da montanha. O tempo decorrido entre a morte (20 de junho) e o novo exame (2 de julho) também prejudica qualquer análise precisa sobre a evolução das lesões.


⚖️ Investigação internacional segue em andamento

Apesar das limitações da perícia brasileira, autoridades brasileiras mantêm a pressão por mais esclarecimentos. Segundo a Defensoria Pública da União, a nova necropsia foi conduzida por equipe multidisciplinar e seguiu protocolos técnico-científicos rigorosos, ainda que os resultados esperados sejam limitados.

A Polícia Nacional da Indonésia também abriu uma investigação para apurar possíveis falhas na conduta das equipes de resgate e nos protocolos do Parque Nacional do Rinjani. A chefe do parque, Lidya Saputro, confirmou que todos os procedimentos de segurança estão sendo reavaliados após o incidente.


🧭 Tragédia em cenário paradisíaco: relembre o caso

Juliana Marins, natural de Niterói (RJ), desapareceu no dia 20 de junho enquanto realizava uma trilha em Lombok, na Indonésia. Seu corpo foi encontrado quatro dias depois, em um ponto distante cerca de 650 metros do local da queda. Antes de ser localizada sem vida, Juliana teria sido vista por turistas em diferentes momentos, inclusive ainda consciente e com movimentos nos braços.

A demora no resgate gerou revolta nas redes sociais e mobilizou mais de 1,2 milhão de seguidores em uma campanha criada pela família. Imagens feitas por drone mostraram a jovem imóvel e sozinha na montanha, sugerindo possível negligência no socorro.


🔎 Conclusão pode depender de investigação diplomática

Caso a nova necropsia revele algum indício de falha externa, o Brasil poderá acionar mecanismos internacionais de responsabilização, conforme afirmou a Defensoria Pública. Mas, diante das limitações técnicas, o esforço agora será focado na análise documental, nos registros visuais e no cruzamento de informações com testemunhas e autoridades locais.

“Mesmo com baixa chance de novos achados conclusivos, esse esforço demonstra transparência e o compromisso com a busca por justiça”, concluiu Caroline Daitx.

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