💣 Nikolas Ferreira e Engler na mira da Justiça: MP denuncia grupo por fake news nas eleições de BH

⚖️ Ministério Público acusa deputados e aliados de promover campanha de desinformação contra Fuad Noman durante segundo turno em 2024

Um escândalo político de grandes proporções veio à tona nesta terça-feira (8), após o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentar uma denúncia criminal contra o deputado estadual Bruno Engler (PL), sua candidata a vice-prefeita, Coronel Cláudia (PL), a deputada estadual Delegada Sheila (PL) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL).

O grupo é acusado de espalhar informações falsas e difamatórias contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, durante o segundo turno das eleições municipais de 2024 — uma campanha que, segundo o MP, teve o objetivo deliberado de manipular o eleitorado e desequilibrar o pleito.

Fuad, que faleceu em março deste ano, foi alvo de ataques sistemáticos baseados em distorções de trechos de um livro de sua autoria e acusado falsamente de expor crianças a conteúdo sexual durante um festival de quadrinhos promovido pela prefeitura.

📢 Nikolas Ferreira no centro da denúncia

O MP afirma que Nikolas Ferreira desempenhou papel central na disseminação das fake news, usando sua influência digital para ampliar o alcance dos ataques. Segundo a denúncia, o deputado ignorou ordens judiciais para remover os conteúdos mentirosos e continuou propagando mensagens com “claro intuito de desequilibrar a disputa eleitoral”.

“Foi uma campanha orquestrada de desinformação, feita de forma livre, consciente e com propósito claro de prejudicar a imagem de Fuad”, afirma o texto do MP.

📚 Livro “Cobiça” e feira de quadrinhos viraram armas políticas

A campanha de Engler utilizou trechos fora de contexto do livro Cobiça, escrito por Fuad Noman em 2020, para insinuar que a obra fazia apologia ao abuso infantil — o que foi categorizado como mentira e manipulação pelo Judiciário à época.

A propaganda eleitoral afirmava, por exemplo, que o conteúdo do livro era “muito pesado” e “inapropriado para crianças”. O MP afirma que a peça foi produzida com caráter calunioso e difamatório, induzindo os eleitores ao erro de maneira calculada.

Além disso, Engler e sua equipe associaram Fuad ao Festival Internacional de Quadrinhos de BH, alegando que crianças foram expostas a conteúdo sexualmente explícito — outra acusação considerada inverídica e removida pela Justiça Eleitoral, que ainda concedeu direito de resposta à campanha de Fuad.

⛓️ O que pode acontecer agora

Com a denúncia formalizada, cabe agora ao Judiciário analisar o processo. Se a Justiça aceitar o caso, os envolvidos se tornam réus e devem ser levados a julgamento criminal.

O Ministério Público também pediu que os direitos políticos dos acusados sejam suspensos em caso de condenação, o que pode impedir que Nikolas Ferreira, Bruno Engler, Delegada Sheila e Coronel Cláudia concorram a cargos públicos no futuro.

Além disso, o MP solicita uma indenização por danos morais coletivos, com o valor a ser definido pelo juiz e doado a uma instituição de caridade, já que a família de Fuad optou por não receber reparação financeira.

📌 O que dizem os acusados

Em nota enviada ao g1, Bruno Engler e Coronel Cláudia negaram qualquer irregularidade:

“Seus clientes não cometeram qualquer crime e, no tempo oportuno, irão se manifestar nos autos do processo.”

Nikolas Ferreira e Delegada Sheila ainda não se pronunciaram até o momento da publicação desta reportagem.


🧨 Desinformação sob julgamento

Essa denúncia marca um divisor de águas no combate à desinformação eleitoral no Brasil. Mais do que uma disputa política, o caso se tornou uma batalha jurídica sobre os limites da liberdade de expressão e o uso indevido das redes sociais para fins eleitorais.

O processo pode não apenas definir o futuro político dos envolvidos, como também estabelecer precedentes importantes sobre a criminalização de fake news nas eleições brasileiras.

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