Entenda por que o corpo de Juliana Marins demorou a chegar ao Brasil
O corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, vítima de um acidente fatal durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, só deve chegar ao Brasil mais de uma semana após o ocorrido. O translado, confirmado pela Emirates Airlines, foi iniciado nesta terça-feira (1º) com destino ao Rio de Janeiro, onde a chegada está prevista para quarta-feira (2). A longa espera se deve a uma série de entraves logísticos, burocráticos e até diplomáticos que prolongaram a dor da família.
🧭 O acidente e os primeiros dias
Juliana caiu de um penhasco no dia 21 de junho durante uma trilha no monte vulcânico. O corpo só foi localizado no dia 24, após quatro dias de intensas buscas em uma área de difícil acesso. A partir daí, iniciou-se uma nova fase de sofrimento para os familiares: o retorno da jovem ao Brasil.
🧪 Autópsia e dúvidas
A primeira autópsia foi realizada em Bali no dia 26. O laudo indicou traumatismo grave como causa da morte. No entanto, imagens captadas por drones geraram dúvidas sobre a possibilidade de Juliana ter sobrevivido por mais tempo. A Defensoria Pública da União (DPU) solicitou então uma nova necropsia, a ser feita no Brasil, para esclarecer as circunstâncias da morte.
✈️ Translado bloqueado por falta de confirmação
Um dos maiores entraves foi a burocracia para liberação do corpo. A funerária em Bali só autorizaria o envio após a confirmação de todos os voos. A Emirates, responsável pelo transporte, inicialmente só confirmou o trecho até Dubai. A ausência de confirmação para o voo até o Rio de Janeiro impediu a liberação por dias. A situação gerou comoção e revolta, levando a família a fazer apelos públicos.
“É descaso do início ao fim”, afirmou Mariana Marins, irmã de Juliana.

💰 Apoio da prefeitura e solidariedade
A Prefeitura de Niterói disponibilizou R$ 55 mil para viabilizar o traslado, evitando que a família arcasse sozinha com os altos custos. O gesto sensibilizou o país e até personalidades se mobilizaram — como o jogador Alexandre Pato, que se ofereceu para cobrir as despesas, embora a ajuda não tenha sido necessária após o apoio municipal.
Além disso, o prefeito Rodrigo Neves anunciou que o nome de Juliana será dado a um mirante e uma trilha na Praia do Sossego, em homenagem à sua memória.
📜 Mudança na legislação
A tragédia mobilizou até o presidente Lula, que ligou para o pai de Juliana e ordenou que o Itamaraty prestasse auxílio integral. Como consequência, o governo revogou um decreto de 2017 que impedia o custeio público de translados de corpos do exterior. Agora, em casos excepcionais — como comoção nacional ou ausência de recursos — o governo poderá assumir os custos.
🕯️ O que vem a seguir?
Ao chegar ao Brasil, o corpo de Juliana passará por uma nova autópsia solicitada pela AGU, que será realizada nas primeiras seis horas, com o objetivo de preservar possíveis evidências.
A dor da família segue intensa, mas a história de Juliana Marins deixa um legado de mobilização social, solidariedade e mudança institucional. Sua memória será lembrada não apenas por quem a amava, mas por um país que acompanhou, comovido, cada passo do seu retorno para casa.
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