Neymar desaba após derrota histórica: “Vergonha, nunca passei por isso na vida”
O gramado do Morumbis foi palco, neste domingo (17), de uma noite que entrará para a história — não pelas glórias, mas pela dor. O Santos sofreu uma goleada de 6 a 0 para o Vasco, resultado que expôs as fragilidades do time e marcou a carreira de Neymar, ídolo santista e camisa 10 da equipe.
Ao deixar o campo, o craque não conteve as lágrimas. Visivelmente abalado, falou em tom de desabafo, misturando frustração e incredulidade:
— “É um sentimento de muita vergonha. Eu nunca tinha passado por isso na vida”, disse, ainda ofegante, com os olhos marejados.
A cena correu o país em minutos. Neymar, acostumado a vitórias e grandes palcos, sucumbiu ao peso da derrota mais dura de sua trajetória profissional. Foram mais de 700 jogos desde 2009, e nunca um placar tão elástico havia manchado sua carreira. Até então, suas maiores derrotas haviam sido por quatro gols de diferença, como na final do Mundial de Clubes de 2011, diante do Barcelona.
Desta vez, a ferida foi mais profunda. “Foi de raiva, de tudo. Enfim, foi uma m***, essa é a realidade”, resumiu o atacante, em uma das entrevistas mais francas de sua carreira.
Reação imediata e crise no Santos
A goleada não teve apenas efeito emocional. Logo após o apito final, a diretoria do Santos anunciou a demissão do técnico Cléber Xavier, reconhecendo a gravidade da crise. A torcida, revoltada, não poupou críticas e protestos. Neymar, em tom de resignação, admitiu que os torcedores estão no direito de cobrar:
— “Eles podem protestar, até ofender. O que vimos em campo foi uma vergonha”, reconheceu.
O peso do retorno e o desafio à frente
O retorno de Neymar ao Santos, em janeiro deste ano, reacendeu esperanças no torcedor alvinegro. A expectativa era de que o ídolo fosse o protagonista de uma nova era de conquistas. Mas a goleada histórica deixou claro que a caminhada será mais árdua do que se imaginava.
A derrota para o Vasco não é apenas uma estatística; é um marco psicológico. O camisa 10 sabe que terá de carregar sobre os ombros não apenas a pressão do presente, mas também o peso simbólico de ser o rosto da maior derrota do clube nos últimos tempos.
Enquanto o Santos busca um novo treinador para tentar se reerguer no Brasileirão, Neymar enfrenta uma batalha interna: transformar a dor em combustível para reagir. A torcida, ainda dividida entre o apoio e a cobrança, aguarda respostas dentro de campo.
O desabafo no Morumbis, sincero e dolorido, já entrou para os registros. E, talvez, seja também o ponto de virada que definirá se o retorno de Neymar ao Santos será lembrado como uma epopeia de resiliência — ou como uma história de promessas não cumpridas.
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