Lembra do caso Eloá? Veja como está Nayara Silva hoje em dia

O caso Eloá Cristina Pimentel, em outubro de 2008, paralisou o Brasil. Durante cinco dias, milhões de pessoas acompanharam ao vivo, pela televisão, um sequestro em Santo André (SP) que terminou em tragédia: a morte da jovem Eloá, de apenas 15 anos, assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes.

Ao lado dela, estava sua melhor amiga, Nayara Silva, que também foi feita refém. Hoje, passados mais de 15 anos do crime, Nayara ainda carrega consigo marcas físicas e emocionais do episódio.


A adolescência interrompida

Na época, Nayara tinha 15 anos e foi usada por Lindemberg como parte da pressão psicológica durante o cárcere. Mesmo depois de liberada no terceiro dia, acabou convencida pela polícia a voltar ao apartamento, em uma tentativa frustrada de negociar com o sequestrador.

A decisão — amplamente criticada até hoje por especialistas em segurança — colocou a adolescente de novo em risco. No desfecho do sequestro, Nayara foi atingida com um disparo no rosto: perdeu um dente, sofreu lesões na boca e precisou passar por várias cirurgias reparadoras.


As cicatrizes que não somem

Se as marcas no corpo puderam ser tratadas ao longo dos anos, o mesmo não se pode dizer das feridas emocionais. Nayara relatou, em entrevistas posteriores, que não conseguiu retornar para a escola em que estudava, tamanha a dificuldade de conviver com lembranças do trauma.

Ela também contou viver com medo de que o assassino um dia retorne às ruas:

“Ele sempre quis matar a Eloá. Nunca vou perdoá-lo pelo que fez com minha amiga.”

Apesar disso, Nayara buscou reconstruir sua vida. Em 2016, quando falou publicamente pela última vez sobre o caso, revelou que seguia em tratamento psicológico, conciliando a rotina com novas perspectivas de futuro, mesmo carregando um peso que jamais será esquecido.


E Lindemberg, onde está hoje?

O autor do crime foi condenado inicialmente a 98 anos de prisão, mas a pena acabou reduzida para 39 anos após recursos.

Atualmente, Lindemberg cumpre pena na Penitenciária II de Tremembé (SP) — unidade conhecida por abrigar presos de repercussão nacional. Segundo relatórios oficiais, ele trabalha montando peças para box de banheiro, participa de cultos religiosos e joga futebol nas horas de lazer. Não há registros de problemas disciplinares graves.

Até agora, Lindemberg só deixou a prisão para audiências no Fórum de Santo André. Sua previsão de progressão de regime ainda é acompanhada com atenção, principalmente pelos familiares e amigos de Eloá e Nayara, que temem a sensação de impunidade.

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Um caso que não se apaga

O sequestro e assassinato de Eloá é considerado até hoje o mais longo sequestro com reféns transmitido pela televisão no Brasil. Além da tragédia pessoal, o episódio abriu debates profundos sobre erros na condução das negociações, exposição midiática e falhas do sistema de segurança pública.

Nayara, sobrevivente desse pesadelo, segue sendo um símbolo de resistência e superação. Mas também carrega a lembrança dolorosa de uma amiga perdida de forma brutal e de um trauma que marcou toda uma geração.

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