Câmeras revelam agressão em sala de aula: criança de 4 anos sofre lesões graves em escola particular de Caxias do Sul
Na manhã de segunda-feira (18), em uma escola particular de Caxias do Sul, o que deveria ser apenas mais um dia de aprendizado para uma turma de educação infantil terminou em violência e perplexidade. As câmeras de segurança da Escola Infantil Xodó da Vovó, que atende cerca de 90 crianças, registraram um episódio que agora mobiliza a polícia, a comunidade escolar e familiares: uma professora de 49 anos foi flagrada agredindo um aluno de apenas quatro.
O choque das imagens
O vídeo, que rapidamente se tornou peça central da investigação, mostra a educadora Leonice Batista dos Santos exaltada. Primeiro, ela grita com a criança; em seguida, toma uma pilha de livros e a arremessa com força contra o rosto do menino. O impacto é tão forte que chega a ser ouvido na gravação. Logo após, a professora conduz a criança até o banheiro. Ali, longe da sala de aula, tentaria justificar depois à direção que o aluno havia sofrido uma queda.
Mas a versão não resistiu às evidências.
O laudo que desmentiu a professora
Quando os pais levaram o filho ao dentista, a gravidade ficou evidente: seis dentes estavam afrouxados pelo golpe. O exame de corpo de delito confirmou a agressão, derrubando qualquer hipótese de acidente. Para a família, a descoberta só foi possível graças ao acesso às câmeras de segurança, inicialmente solicitado pelos responsáveis depois de perceberem inconsistências na explicação apresentada pela escola.
A frieza que surpreendeu a direção
O episódio deixou a direção da instituição em estado de choque. O diretor Cristhian Segatto Ferreira relatou surpresa não apenas com o ato em si, mas com a reação da professora ao ser confrontada:
“Ela sempre foi considerada uma funcionária de confiança.”
Poucas horas depois da confirmação, a escola anunciou o afastamento imediato da funcionária. Em nota, lamentou o ocorrido, disse estar prestando apoio à família e reforçou o compromisso com a segurança dos alunos.
A investigação da polícia
O caso é conduzido pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul. A delegada Thalita Andrich confirmou a abertura de inquérito e adiantou que a professora deverá responder por lesão corporal. Novos depoimentos serão colhidos nos próximos dias, tanto de funcionários quanto de familiares.
“A prioridade é o bem-estar da criança”, declarou a delegada, reforçando que a investigação seguirá com celeridade.
Uma comunidade em alerta
A repercussão entre pais e responsáveis foi imediata. Muitos expressaram indignação e preocupação com a segurança dos filhos dentro de um espaço que deveria ser de acolhimento. A imagem de uma sala de aula — sinônimo de aprendizado e cuidado — foi manchada pela violência que, agora, ganha contornos judiciais.
O silêncio da acusada
Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com Leonice Batista dos Santos. O silêncio da investigada contrasta com a mobilização em torno da criança, que segue recebendo acompanhamento médico e apoio psicológico.
Entre a confiança e a quebra de laço
O caso escancara a delicada relação de confiança entre pais e escolas, construída dia após dia e colocada em xeque em um único instante de descontrole. Para além das investigações, permanece a ferida simbólica: como garantir que espaços destinados à formação e ao cuidado não se transformem em cenários de medo e dor?
Enquanto as respostas ainda estão sendo buscadas, a imagem de um menino de quatro anos atingido por livros em plena sala de aula se impõe como lembrança perturbadora de que a proteção à infância precisa ser vigilante — e inegociável.
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