Tragédia em família no interior paulista: a morte de Maxwell e o alerta sobre riscos domésticos
Na tarde de Páscoa, quando famílias se reúnem para celebrar a vida e compartilhar momentos de alegria, uma tragédia interrompeu a rotina de Avanhandava, pequena cidade do interior de São Paulo. O que deveria ser apenas mais uma confraternização entre parentes e amigos acabou se transformando em luto coletivo, deixando a comunidade atônita e em busca de explicações para uma perda irreparável.
O menino Maxwell Henrichy de Brito Andrade, de apenas sete anos, morreu após sofrer graves queimaduras em um acidente doméstico envolvendo o uso de etanol para acender uma churrasqueira. Ele estava internado em Catanduva, referência no tratamento de queimados, desde o domingo de Páscoa. Apesar dos esforços da equipe médica, Maxwell não resistiu e faleceu na segunda-feira (28 de abril).
A explosão no canteiro familiar
Segundo relatos, a mãe de Maxwell, de 41 anos, tentou acelerar o preparo da churrasqueira utilizando etanol. O líquido inflamável escorreu de suas mãos e provocou uma explosão instantânea, atingindo não apenas a mulher, mas também os filhos — Maxwell e o irmão, de 13 anos — e a enteada, uma adolescente de 16 anos.
Em poucos segundos, a reunião em família se transformou em desespero. Vizinhos ouviram os gritos e correram para prestar socorro. Os feridos foram levados inicialmente para unidades de saúde em Avanhandava, depois transferidos para Penápolis e, por fim, para o hospital de Catanduva, diante da gravidade das queimaduras.
O menino que deixou saudades
A morte de Maxwell comoveu toda a cidade. Na Escola Municipal Professora Mirthes Pupo de Negreiros, onde estudava, colegas e professores prestaram homenagens nas redes sociais, lembrando da alegria do garoto e de sua energia contagiante em sala de aula. O corpo foi sepultado na terça-feira (29), em Avanhandava, sob forte comoção.
O irmão mais velho de Maxwell segue internado, assim como a mãe e a enteada, embora o estado de saúde deles ainda não tenha sido atualizado pelas autoridades de saúde.
Um alerta doloroso
A tragédia expõe um risco comum, mas muitas vezes subestimado: o uso de substâncias inflamáveis em ambientes caseiros. Produtos como o etanol, frequentemente improvisados para acender churrasqueiras, podem causar explosões e queimaduras graves em questão de segundos.
Especialistas reforçam a importância do uso de acendedores próprios e seguros, além da supervisão atenta em momentos de confraternização. “Acidentes assim são evitáveis. É fundamental que a população compreenda que líquidos inflamáveis nunca devem ser usados em churrasqueiras”, alerta um bombeiro da região ouvido pela reportagem.
Entre dor e reflexão
A perda precoce de Maxwell transformou a Páscoa em luto e levantou, mais uma vez, a necessidade de conscientização sobre a segurança no lar. Em Avanhandava, uma cidade onde todos se conhecem, a tragédia não foi apenas da família Andrade: tornou-se um choque coletivo.
Na memória de quem conviveu com o menino, ficará a lembrança de sua alegria. Na rotina da comunidade, ficará também a lição dolorosa de que prevenir acidentes é mais do que uma medida de cuidado: é uma forma de proteger vidas que, como a de Maxwell, ainda tinham muito a florescer.
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