STF BATE O MARTELO: Bolsonaro segue preso após destruir tornozeleira e alegar “alucinação”

Em uma sessão decisiva nesta segunda-feira (24), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal confirmou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, selando de vez o destino do ex-presidente após a explosiva revelação de que ele destruiu sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.

O placar parcial — 2 a 0, com votos firmes de Alexandre de Moraes e Flávio Dino — já deixou claro: não haverá trégua.

A queda final começou com um áudio surpreendente

Bolsonaro admitiu ter queimado o equipamento alegando estar sob efeito de medicamentos e que teria “alucinado”, acreditando que a tornozeleira era uma bomba. A explicação caiu como dinamite nas mãos da Procuradoria-Geral da República, que classificou o ato como prova cristalina de risco de fuga.

O cenário ficou ainda mais grave após a convocação de Flávio Bolsonaro, que chamou apoiadores armados para uma vigília em frente ao condomínio do pai no Rio. Para a Polícia Federal, essa movimentação confirmou o risco de desordem e violência.

Moraes: “Desprezo absoluto pelas decisões judiciais”

O ministro Alexandre de Moraes foi categórico. Falou em “descumprimento flagrante”, reforçando que o ex-presidente já havia sido advertido inúmeras vezes e que destruir a tornozeleira constitui crime autônomo.

Flávio Dino engrossou o tom: Bolsonaro, segundo ele, demonstrou “desprezo deliberado pelo Poder Judiciário” e colocar sua liberdade em jogo agora seria abrir caminho para novos atos de insubordinação.

Da mansão ao presídio federal

Com a decisão, Bolsonaro deixará o confortável apartamento no Vivendas da Barra para ser transferido a um presídio federal de segurança máxima, possivelmente o mesmo complexo que abriga outros condenados por crimes contra o Estado.

A tornozeleira derretida virou símbolo da virada do jogo — e do fim de qualquer discurso de tratamento diferenciado.

Defesa insiste em “surto medicamentoso”, mas não convence

Os advogados tentam retratar o episódio como efeito colateral de remédios usados desde a facada de 2018. Mas a estratégia esbarra no histórico de confrontos com o STF e nos repetidos discursos inflamados feitos pelo ex-presidente e seus aliados.

Rumo a uma decisão unânime

Os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin ainda faltam, mas nos bastidores a avaliação é unânime: o entendimento já está fechado. Assim que confirmado, Bolsonaro passa a cumprir parte da pena de 27 anos pela tentativa de golpe.


A verdade é que a solda que queimou a tornozeleira também queimou de vez o último fio de esperança de Bolsonaro escapar das consequências. O ciclo se encerra onde sempre esteve caminhando: no embate final com o próprio sistema que ele jurou derrubar — e que agora o derruba.

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