Entenda a vida conturbada de “Vaqueirinho”, jovem morto após invadir jaula de leoa na Bica

A manhã deste sábado (30 de novembro de 2025) foi marcada por uma tragédia no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa. Um jovem de 19 anos, conhecido como “Vaqueirinho”, morreu após invadir deliberadamente o recinto de uma leoa e ser atacado pelo animal. O episódio causou choque entre visitantes e funcionários.

A invasão ao recinto

Por volta das 9h, testemunhas filmaram o momento em que o rapaz escalou um muro de mais de seis metros, ultrapassou grades de segurança e usou uma árvore para acessar a área interna da jaula. Tudo aconteceu em poucos segundos. Assim que o jovem caiu dentro do recinto, a leoa reagiu instintivamente e o atacou, provocando ferimentos fatais.

Funcionários correram com extintores para afastar o animal, mas o jovem já estava sem vida. A complexidade do acesso invadido indica planejamento ou conhecimento prévio da estrutura do local.

Histórico de problemas e vulnerabilidade

Morador de Mangabeira, “Vaqueirinho” era conhecido pelas autoridades. Desde a adolescência, acumulava diversas passagens por atos infracionais e pequenos delitos. Nos últimos meses, enfrentava um quadro de transtorno mental diagnosticado e cumpria liberdade condicional para tratamento.

Uma semana antes do ataque, ele havia sido detido duas vezes no mesmo dia: primeiro por danificar caixas eletrônicos e depois por arremessar uma pedra contra uma viatura da Polícia Militar.

Parque interditado e investigação

A Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa determinou a interdição imediata da Bica, sem previsão de reabertura. Uma perícia foi acionada, e um inquérito já está em andamento. Autoridades afirmam que não houve falha de segurança no recinto — que segue padrões reforçados — e trabalham com a hipótese de invasão intencional possivelmente ligada a um surto.

Debate reacende

O caso reacende discussões sobre dois temas sensíveis:

  • a segurança de zoológicos urbanos, especialmente com visitantes em grande número;
  • a vulnerabilidade de pessoas com transtornos mentais graves, que muitas vezes recebem acompanhamento insuficiente.

A leoa não sofreu ferimentos e permanece sob avaliação do parque.

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