Homem mata mulher e simula acidente para ocultar crime, diz polícia…
Tragédia Anunciada: Polícia Revela que Mulher Já Estava Morta Horas Antes de “Acidente” em Rodovia de Minas
A investigação da Polícia Civil de Minas Gerais escancarou um cenário ainda mais cruel e perturbador do que se imaginava inicialmente. Henay Amorim, de apenas 31 anos, já estava morta até duas horas antes do carro em que estava colidir violentamente com um ônibus na MG-050, em Itaúna, no Centro-Oeste mineiro. O que por dias foi tratado como um trágico acidente de trânsito agora ganha contornos claros de feminicídio.
O companheiro da vítima, o empresário Alisson de Araújo, confessou uma sequência de agressões brutais ao longo do trajeto, mas insiste em negar que tenha provocado o acidente para ocultar o crime. A Polícia Civil, no entanto, contesta duramente essa versão.
Laudos desmontam a versão do suspeito
Os exames periciais apontam que Henay morreu em decorrência de traumatismo craniano, asfixia ou da combinação dos dois fatores. Lesões graves foram encontradas na cabeça e no pescoço — marcas que, segundo os peritos, não são compatíveis com um acidente de trânsito.
“O que podemos afirmar com segurança é que ela não morreu no acidente”, declarou o médico-legista Rodolfo Ribeiro. Segundo ele, pelos achados técnicos, é possível que Henay já estivesse morta até duas horas antes da colisão.
Um relacionamento marcado por violência
Henay e Alisson mantinham um relacionamento havia cerca de um ano e viviam juntos há sete meses, em um apartamento no bairro Nova Suíça, em Belo Horizonte. Testemunhas relataram à polícia que a relação era conturbada, instável e marcada por agressões graves. Familiares chegaram a alertar Henay sobre os riscos, mas ela nunca registrou ocorrência formal.
A última discussão começou na noite de sábado (13/12), durante uma festa. Depois, o casal seguiu para o apartamento, onde a briga teria se intensificado. Ali, segundo a polícia, Henay foi agredida no rosto, sofrendo um golpe no nariz. Peritos encontraram respingos de sangue humano no imóvel.
“Ele afirmou que limpou o sangue com um lenço umedecido”, relatou o delegado João Marcos Amaral.
Câmeras, pedágio e uma sequência de horrores
As imagens das câmeras de segurança do prédio — onde Alisson era síndico — estão sendo analisadas para determinar se Henay saiu do apartamento com vida, desacordada ou já sem sinais vitais. O casal deixou o local por volta das 5h da manhã de domingo (14/12).
No depoimento, Alisson disse que seguiriam para Divinópolis, onde Henay buscaria roupas. Mas, segundo ele próprio, o trajeto foi marcado por novas brigas e agressões. Entre Belo Horizonte e o pedágio de Itaúna, o carro teria parado duas vezes.
De acordo com o delegado, nessas paradas, Alisson comprimiu o pescoço da vítima. Na segunda agressão, ele teria batido a cabeça de Henay com mais força contra o interior do veículo e estrangulado o lado direito do pescoço, só parando quando ela ficou inconsciente.
Um pedágio que levantou suspeitas
Alisson afirmou que assumiu a direção passando pelo lado do passageiro, mas manteve Henay sentada ao volante porque não queria “mexer no corpo”. Ele passou pelo pedágio por volta das 5h55.
A atendente estranhou a situação. Ao ser informada de que Henay teria tido uma “queda de pressão”, ofereceu ajuda e acionamento da concessionária. Alisson acenou positivamente, mas arrancou com o carro e seguiu viagem, recusando qualquer socorro.
A colisão ocorreu cerca de 10 minutos depois.
Testemunho chocante no local do acidente
O motorista do ônibus envolvido na batida relatou à polícia que, ao tentar prestar socorro, percebeu que Henay já estava morta. O corpo estava gelado, com a boca cerrada e arroxeada. Havia sangue seco no nariz — sinais inequívocos de que a morte não havia sido recente.
Corpo retirado do velório e prisão
Diante das contradições e dos laudos, a Polícia Civil realizou duas necropsias. A segunda ocorreu após o caso deixar de ser tratado como acidente. O corpo de Henay chegou a ser retirado do velório para novos exames, numa reviravolta que chocou familiares e amigos.
As suspeitas se confirmaram, e Alisson foi preso durante o velório, na segunda-feira (15/12).
Histórico de violência
A polícia revelou que Alisson possui três registros policiais: dois por dirigir embriagado (2013 e 2016) e um por violência doméstica em 2023.
Investigação continua
O inquérito está em fase final. A Polícia Civil analisa imagens, depoimentos, laudos e provas técnicas. O delegado responsável já solicitou a conversão da prisão em flagrante para preventiva.
O caso de Henay Amorim escancara, mais uma vez, uma realidade brutal: a violência doméstica que termina em morte quase sempre deixa sinais antes do desfecho final. Desta vez, eles estavam lá — ignorados, silenciados e, agora, irreversíveis.
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