Menina de 12 anos grávida de oito meses morre após parto de emergência
Uma tragédia comoveu a cidade de Betim, na Grande Belo Horizonte: uma menina indígena venezuelana de apenas 12 anos, grávida de oito meses, morreu durante um parto de emergência na madrugada do último domingo (13). A adolescente da etnia Warao não resistiu às complicações gravíssimas. O bebê, por milagre, sobreviveu e segue sob cuidados intensivos.
A morte precoce da criança gerou comoção e acendeu um alerta sobre as condições de vulnerabilidade enfrentadas por refugiados e comunidades indígenas no Brasil.
A jovem vivia com a família em uma ocupação irregular, na região do bairro PTB, desde setembro de 2023. Ela foi levada inicialmente à Unidade Básica de Saúde Campos Elíseos, na quinta-feira (10), apresentando fortes enjoos. Silenciosa e debilitada, não respondeu às perguntas dos médicos, que agendaram exames para a semana seguinte.
No entanto, seu estado se agravou rapidamente. Na sexta-feira (11), deu entrada em estado gravíssimo no Centro Materno-Infantil de Betim, sendo levada diretamente ao CTI. Na madrugada de domingo, ela sofreu um choque refratário — uma falência circulatória grave — e não resistiu ao parto de emergência.
Apesar da tragédia, o bebê sobreviveu. A criança recém-nascida está internada no mesmo hospital, em estado estável, sob monitoramento constante da equipe médica.
Diante da idade da vítima — menor de 14 anos —, a Polícia Civil já investiga o caso como possível estupro de vulnerável. A identidade do suspeito de ser o pai do bebê ainda não foi revelada.
As autoridades agora tentam apurar se a gravidez foi resultado de violência sexual, o que, infelizmente, é uma realidade crescente entre populações refugiadas e em situação de vulnerabilidade.
Organizações de direitos humanos e entidades de apoio a povos indígenas têm se mobilizado diante do caso, pedindo respostas rápidas e medidas efetivas de proteção a meninas em situação de risco.
O caso da menina Warao não é apenas uma tragédia isolada: é um reflexo cruel das desigualdades, da invisibilidade social e da falta de acolhimento efetivo às populações indígenas e migrantes.
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