Morte de Juliana Marins: vídeo mostra últimos momentos de brasileira antes de cair em trilha de vulcão
Um dos últimos registros de brasileira com vida mostram ela e amiga italiana frustradas com a vista no topo de Monte Rinjani após completar primeira parte da trilha.
Amiga italiana relembra últimos momentos com Juliana Marins no Monte Rinjani: “Foi muito difícil”
LOMBOK (INDONÉSIA) / NITERÓI (RJ) — A turista italiana Federica Matricardi, que conheceu Juliana Marins na véspera do passeio ao Monte Rinjani, deu um depoimento emocionado sobre os últimos momentos ao lado da brasileira. As duas se encontraram enquanto viajavam sozinhas pela Ásia e decidiram fazer juntas a desafiadora trilha ao topo do vulcão, uma das mais perigosas da Indonésia.
Em entrevista ao Fantástico, Federica contou que a subida foi exaustiva:
“Conheci Juliana no dia anterior ao passeio. Ambas estávamos viajando sozinhas. Fizemos todo o caminho até o topo. Foi muito difícil. Subimos uns 1.500 metros.”
Em um vídeo feito pelas duas, elas aparecem frustradas com a vista no cume do vulcão, encoberta por nuvens. Era o final da primeira parte da trilha. No dia seguinte, Juliana se separaria do grupo e sofreria o acidente que tirou sua vida.
Tragédia anunciada
Juliana Marins, de 26 anos, caiu em um penhasco na madrugada de sábado (21) e ficou desaparecida por quatro dias. O corpo foi localizado nesta terça-feira (24) por uma equipe de resgate que desceu mais de 600 metros por uma encosta íngreme, equivalente à altura do Corcovado, no Rio de Janeiro.
Segundo Federica, Juliana estava logo atrás com o guia pouco antes da queda. Três horas e meia após o acidente, um grupo de turistas passou pelo local e usou um drone para registrar imagens da jovem, que estava encurralada entre pedras, trajando apenas calça jeans, camiseta, luvas e tênis.
Família acusa negligência
A família de Juliana afirma que ela foi abandonada pelo guia após pedir uma pausa por estar cansada. “Ela ficou sozinha por mais de uma hora. Quando o guia voltou, ela já tinha caído”, disse a irmã, Mariana Marins.
O guia Ali Musthofa, de 20 anos, confirmou que seguiu adiante e retornou após perceber a demora. Ele disse ter ouvido a voz de Juliana e visto a luz de sua lanterna no barranco, mas não conseguiu alcançá-la.
Luto e comoção
Natural de Niterói (RJ), Juliana era formada em Publicidade pela UFRJ, praticava pole dance e compartilhava sua jornada pela Ásia com seguidores nas redes sociais. Amigos e familiares se despedem com homenagens e clamam por justiça e investigação rigorosa das responsabilidades.
A embaixada brasileira acompanha o caso e auxilia nos trâmites para o translado do corpo
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