‘Papai parou de respirar’: Flávio Bolsonaro relata crise de saúde do ex-presidente e Brasil fica apreensivo
Publicado em 18 de setembro de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a preocupar familiares, aliados e apoiadores nesta terça-feira (16), após ser internado no hospital DF Star, em Brasília, em decorrência de uma crise de soluços que evoluiu para um quadro mais grave, envolvendo vômito intenso, queda de pressão arterial e dificuldades respiratórias.
Segundo relatos de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o pai chegou a ficar quase dez segundos sem conseguir respirar, o que gerou apreensão imediata tanto na família quanto na equipe médica responsável pelo tratamento. O parlamentar descreveu o episódio como “mais drástico” em comparação a outras complicações já vividas por Bolsonaro nos últimos anos.
O momento da crise
De acordo com Flávio, a repetição intensa dos soluços teria provocado um travamento do diafragma, desencadeando um “vômito a jato” e dificultando a entrada de ar nos pulmões. “Foi um momento de bastante susto, porque ele não conseguia puxar o ar. O jeito que encontrou de respirar foi expelindo com muita força. Houve tontura, pressão muito baixa e, por alguns instantes, temeu-se por algo pior”, declarou o senador em entrevista à imprensa em frente ao hospital.
Cuidados médicos imediatos
O cardiologista Leandro Echenique, que acompanha Bolsonaro desde 2018, informou que o ex-presidente deverá permanecer internado pelo menos até esta quarta-feira (17), para a realização de novos exames e acompanhamento clínico. Segundo o especialista, a equipe optou por mantê-lo sob observação intensiva devido ao histórico de fragilidade em seu quadro de saúde, marcado por internações recorrentes desde o atentado a faca sofrido em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral de 2018.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também utilizou as redes sociais para tranquilizar apoiadores. Em publicação nos stories do Instagram, ela confirmou que o marido está recebendo medicação intravenosa:
“Como já foi noticiado, Jair teve um mal-estar decorrente de uma crise de soluços e vômito. Ele fez alguns exames e, neste momento, está com medicação intravenosa”, escreveu, sem dar maiores detalhes sobre a previsão de alta.
Histórico de complicações
A nova internação ocorre apenas dois dias após Bolsonaro deixar a prisão domiciliar para se submeter à retirada de lesões de pele, também em Brasília. Atualmente, o ex-presidente cumpre pena em regime domiciliar, após condenação pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão em processo ainda em andamento.
No último domingo (14), o próprio hospital DF Star já havia divulgado um boletim médico apontando que Bolsonaro apresentava anemia por deficiência de ferro e sinais residuais de pneumonia, detectados em uma tomografia de tórax.
Desde o atentado de 2018, o político passou por mais de cinco cirurgias e enfrentou internações emergenciais frequentes, principalmente por obstruções intestinais, refluxo e complicações digestivas. Médicos explicam que a fragilidade da região abdominal, somada a quadros de desidratação e distúrbios gastrointestinais, o torna mais vulnerável a crises agudas semelhantes à registrada nesta semana.
Clima de apreensão
O episódio reforça a apreensão em torno da saúde do ex-chefe do Executivo, cuja rotina já vinha sendo limitada em razão do tratamento médico contínuo. A cada nova internação, a atenção da classe política e da opinião pública se volta para Brasília, dividida entre preocupações humanitárias e especulações sobre o futuro político de Bolsonaro, que ainda exerce forte influência dentro do PL e sobre sua base de apoiadores.
Agora, resta aguardar os próximos boletins médicos emitidos pelo hospital DF Star para compreender a real extensão do quadro clínico e as consequências de mais esse episódio em uma trajetória marcada, nos últimos anos, por instabilidade na saúde e repercussões políticas.
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