Pressão explode em Brasília, mas anistia a Bolsonaro segue travada: Motta resiste e aponta para outro caminho
A crise política em Brasília ganhou um novo capítulo explosivo após a circulação da notícia de que Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, não pretende pautar a anistia aos réus do 8 de janeiro — medida que poderia, inclusive, abrir uma porta de escape para Jair Bolsonaro, preso desde sábado (22).
Mesmo com a movimentação frenética do PL e o clima de tensão após a prisão do ex-presidente, a resposta de Motta segue a mesma: a anistia não vai andar.
Motivo? Pressão do Senado, risco com o STF e desgaste político
Aliados próximos ao presidente da Câmara afirmam que ele quer evitar um confronto direto com o Supremo, que já se posicionou contra qualquer discussão sobre anistia, e também com o Senado, onde a proposta morreria de imediato.
A prisão de Bolsonaro, longe de impulsionar o tema, fez Motta recuar ainda mais. O cálculo é simples: mexer nessa pauta agora seria comprar uma briga sem chance de vitória.
Reunião tensa marcada para esta terça-feira (25)
Lideranças partidárias serão ouvidas, mas nos bastidores já circula o veredito:
a maioria não quer tocar nessa bomba política.
Deputados comentam que pautar a anistia agora seria “dar murro em ponta de faca” e criar um desgaste institucional enorme — com zero chance de resultado concreto.
Mas um novo plano cresce nos bastidores: a dosimetria
Enquanto a anistia perde força, outra proposta sobe silenciosamente:
o projeto da dosimetria, que reduz as penas dos condenados — o que também poderia beneficiar Bolsonaro, hoje com 27 anos e 3 meses de sentença.
Para Hugo Motta, esse seria um caminho mais político, menos arriscado e muito mais aceitável para o Supremo. O relator, Paulinho da Força, tem bom trânsito entre ministros como Alexandre de Moraes, o que ajuda a reduzir tensões.
PT e PL travam o avanço — por motivos opostos
- PT: rejeita qualquer redução de pena, dizendo que isso enfraqueceria a responsabilização dos golpistas.
- PL: teme pagar o preço político por defender abertamente a suavização das punições, ainda mais em meio ao terremoto causado pela prisão de Bolsonaro.
Resultado: o projeto está no meio de um impasse estratégico.
Anistia, hoje, é pauta morta
Mesmo que milagrosamente fosse aprovada na Câmara, ela cairia no Senado e, se chegasse ao fim do processo, seria enterrada pelo STF.
Na prática, virou uma pauta mais simbólica do que real — boa para discurso, ruim para avançar.
A bola da vez: dosimetria
A dosimetria não resolve tudo, mas é o único caminho com alguma chance de prosperar. Tem aceitação mais ampla, menos desgaste e abre espaço para negociações discretas.
Conclusão: sem clima, sem votos e sem apoio do STF — a anistia fica na gaveta
Enquanto isso, a dosimetria segue ganhando fôlego nos bastidores como a única alternativa viável para alterar o futuro jurídico dos condenados — incluindo Bolsonaro.
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