“Vou virar serial killer”: Três adolescentes planejam ataque brutal a professora em sala de aula no RS
Um episódio chocante e aterrorizante abalou a Escola Municipal João de Zorzi, em Caxias do Sul (RS). Três adolescentes — Thiago (15), João (14) e Camila (13) — planejaram e executaram uma tentativa de assassinato de uma professora durante a aula, deixando alunos e comunidade em estado de choque.
O ataque aconteceu na sala 71, do 7º ano, enquanto a professora Luana (nome alterado), com 18 anos de experiência, distribuía livros e ajustava a ventilação. Segundo o laudo pericial, Luana sofreu 13 ferimentos de faca, alguns desferidos mesmo após a professora cair. Alunos gritaram por socorro, enquanto os adolescentes haviam planejado intimidar toda a turma: mensagens obtidas pela polícia mostravam ordens de Thiago e João dizendo que “quem ficasse na frente morreria”.

O trio havia planejado o crime com antecedência, utilizando o Instagram. Criaram um grupo chamado “Matadores”, onde discutiam qual arma levar, como atacar, como fugir e até o que comer durante a fuga. Em conversas chocantes, Thiago escreveu: “Vou virar serial killer. Tô nem aí”, e João respondeu: “Eu também kkk”. Cinco dias antes do ataque, os jovens já haviam se envolvido em confusões na escola, inicialmente planejando atacar o diretor, mas mudaram o alvo para a primeira professora que encontrassem.
Na manhã do crime, Thiago, João e Camila se encontraram na parada de ônibus mostrando as facas que levariam. Camila recebeu a faca de Thiago, mas não participou do ataque. O plano foi executado com frieza: João desferiu o primeiro golpe pelas costas, seguido por Thiago, enquanto Camila permaneceu na sala. Em meio ao caos, alguns alunos conseguiram salvar a professora, e o vice-diretor abriu os portões para evacuar a turma. Uma enfermeira da UBS próxima prestou os primeiros socorros, e Luana foi levada a um hospital privado, recebendo alta no dia seguinte.
Após o ataque, Thiago e João fugiram para uma área de mata e só foram encontrados quatro horas depois, com a ajuda da Guarda Municipal, Brigada Militar e Polícia Civil. Camila foi buscada pelo pai. Os adolescentes foram enviados a unidades socioeducativas, podendo permanecer internados por até três anos, conforme prevê o ECA.
Segundo investigações, não havia histórico de violência extrema entre os alunos. Thiago e João haviam repetido o 7º ano duas vezes, e as famílias afirmaram que jamais perceberam sinais de agressividade. A delegada Aline Martinelli indicou que o ataque possivelmente refletia uma revolta contra professores e direção, mas não havia vínculo confirmado com grupos extremistas.
A professora Luana agora recebe acompanhamento psicológico e cuidados de enfermagem, enquanto familiares e colegas lutam para superar o trauma. O advogado afirma: “Ela revivendo tudo diariamente; esperamos que retome a vida, mas não há como afirmar que volte a lecionar”.
Este caso deixa um alerta sombrio sobre radicalização precoce, uso de redes sociais para planejamento de crimes e a vulnerabilidade de escolas diante de atos de violência inesperados, chocando não apenas a comunidade local, mas todo o Rio Grande do Sul.
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