50 dias de luta contra a meningite: a despedida de Fabyanne, jovem estudante de direito em SP
A rotina tranquila de Populina, pequena cidade do interior paulista, foi interrompida nesta segunda-feira, 18 de agosto. No centro das atenções estava uma história que mobilizou familiares, amigos e vizinhos por quase dois meses: a luta de Fabyanne Arantes Coghi, de apenas 22 anos, contra uma forma agressiva de meningite bacteriana.
Estudante de direito, diabética e cheia de planos para o futuro, Fabyanne não resistiu após 50 dias de internação, período marcado por transferências entre hospitais, boletins médicos incertos e uma rede de apoio que se formou para acompanhar cada passo de sua batalha.
O início da doença
Os primeiros sinais surgiram de forma aparentemente banal: fortes dores de cabeça e episódios de vômito. Preocupada, a família a levou à Santa Casa de Populina, onde recebeu os primeiros atendimentos. O quadro, no entanto, evoluiu rapidamente.
Diante do agravamento, Fabyanne foi transferida para Fernandópolis, onde veio o diagnóstico: meningite bacteriana, uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, considerada uma das doenças infecciosas mais graves.
Com a progressão da doença, ela acabou sendo levada ao Hospital de Base de São José do Rio Preto, onde permaneceu internada por 35 dias em tratamento intensivo.
Uma batalha desigual
A luta de Fabyanne se tornou ainda mais difícil devido à sua condição de saúde prévia. Por ser diabética, o organismo já enfrentava desafios extras. Aos sintomas da meningite, somaram-se complicações como uma pneumonia, tornando cada dia de internação uma corrida contra o tempo.
Amigos próximos relatam que, mesmo diante do quadro grave, havia sempre esperança. “Era uma menina forte, cheia de vida, sempre com aquele sorriso aberto”, disse uma colega de faculdade à imprensa local.
A resposta da cidade
O caso ganhou atenção pública em Populina. Temendo a disseminação da doença, a Prefeitura divulgou uma nota explicando que a infecção havia sido causada por bactéria, mas que, até então, nenhum outro caso havia sido registrado no município. A informação foi essencial para acalmar a comunidade, ao mesmo tempo em que reforçava os riscos da meningite, conhecida pela evolução rápida e pelo alto índice de mortalidade quando não tratada imediatamente.
A despedida
Na tarde desta terça-feira, 19, familiares, amigos e moradores acompanharam o cortejo que levou Fabyanne ao cemitério de Populina. O enterro, carregado de emoção, marcou o fim de 50 dias de angústia, fé e resistência, que, infelizmente, terminaram em silêncio.
Em meio ao luto, fica também a lembrança de uma jovem que, no auge dos seus 22 anos, sonhava em concluir a faculdade de direito e atuar na área que tanto amava.
Mais que uma história individual
A trajetória de Fabyanne expõe não apenas a crueldade de uma doença que pode ser fulminante, mas também a fragilidade das famílias diante de diagnósticos graves. É também um lembrete da importância da vacinação e do diagnóstico precoce da meningite, que pode, em muitos casos, salvar vidas.
Para Populina, a partida de Fabyanne não é apenas uma perda individual. É um luto coletivo, que ecoa nas ruas da cidade e nas memórias daqueles que acompanharam de perto sua luta.
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