Tragédia na Grande Curitiba: funcionários mortos em explosão estavam em oração minutos antes do horror

O que era para ser apenas mais um dia de trabalho na Enaex Brasil, em Quatro Barras, se transformou em uma das manhãs mais trágicas da história recente do Paraná. Câmeras de segurança revelaram um detalhe que deixou até investigadores abalados: os nove funcionários que perderam a vida não estavam manipulando explosivos no momento do acidente. Eles tinham acabado de chegar, colocado os equipamentos de proteção e, reunidos lado a lado, estavam fazendo uma oração pedindo proteção para mais um dia de serviço.

A imagem, segundo a delegada Géssica Andrade, corta subitamente no instante da explosão — um clarão seguido por uma onda de destruição que arrancou pedaços de paredes, derrubou estruturas e espalhou estilhaços por dezenas de metros. “Foi no momento de troca de turno. Eles rezavam, pedindo paz e segurança… e segundos depois, tudo acabou”, disse a delegada, visivelmente emocionada.

Sete outras pessoas ficaram feridas — por um milagre, nenhuma em estado grave. Duas mulheres escaparam por pouco: haviam saído do local minutos antes para uma tarefa na área externa.

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Os nomes que agora viram memória

A empresa divulgou oficialmente a lista das vítimas fatais, transformando cada nome em símbolo de uma tragédia que paralisou a cidade:

  • Camila de Almeida Pinheiro
  • Cleberson Arruda Correa
  • Eduardo Silveira de Paula
  • Francieli Gonçalves de Oliveira
  • Jessica Aparecida Alves Pires
  • Márcio Nascimento de Andrade
  • Pablo Correa dos Santos
  • Roberto dos Santos Kuhnen
  • Simeão Pires Machado

A nota da Enaex Brasil foi carregada de pesar:

“Expressamos nossas mais sinceras condolências às suas famílias, amigos e colegas de trabalho. As investigações continuam e novos comunicados serão feitos de forma ativa e transparente.”


Corpos irreconhecíveis e a difícil missão do reconhecimento

O Secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, confirmou o que já era temido: a força da explosão foi tão brutal que os corpos ficaram fragmentados. O reconhecimento será feito por exame de DNA, com coleta de material das famílias — um processo doloroso e demorado.

O Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros, Antonio Geraldo Hiller Lino, revelou que o impacto deixou uma cratera no chão e danificou prédios ao redor. O material explosivo, de alto potencial destrutivo, ficou espalhado pelo terreno, ainda dentro de invólucros, e será analisado por especialistas do Esquadrão Antibombas.


O silêncio depois do estrondo

Moradores vizinhos relatam que o barulho foi ouvido a quilômetros de distância, seguido por um silêncio quase sufocante. “Parecia que o chão tinha saltado pra cima da gente”, disse um morador que estava a 500 metros do local.

O governador Ratinho Júnior lamentou publicamente a tragédia, classificando o episódio como “um golpe duro para todos os paranaenses” e garantindo apoio às famílias.


O que permanece agora são perguntas sem resposta: como um momento de oração, símbolo de paz e proteção, pôde ser interrompido por tamanha violência? E o mais doloroso — poderia ter sido evitado?

Enquanto a investigação busca explicações, a cidade ainda tenta absorver o impacto do dia em que o relógio parou em Quatro Barras.

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