Tragédia em Dom Feliciano: pai e filho desaparecidos são encontrados mortos em área de mata
O silêncio que tomou conta do município de Dom Feliciano, no sul do Rio Grande do Sul, foi quebrado na tarde desta terça-feira (21) com a notícia que ninguém queria receber. Após dois dias de buscas intensas, os corpos de Ricardo Lucas, de 52 anos, e de seu filho Pedro Henrique Stasinski Lucas, de apenas 5 anos, foram encontrados em uma área de mata, a cerca de três quilômetros da residência de Ricardo, na localidade de Linha Anápio Silveira.
A tragédia encerrou de forma dolorosa a esperança que familiares, amigos e equipes de resgate ainda mantinham desde o desaparecimento registrado no domingo (19).
O início do desaparecimento
Segundo relato da mãe do menino à Polícia Civil, Ricardo havia buscado Pedro Henrique para uma visita previamente combinada. O horário de retorno estava definido, mas quando pai e filho não voltaram, a angústia tomou conta. Sem notícias, a mãe procurou imediatamente as autoridades.
Testemunhas relataram ter visto os dois caminhando por uma estrada da comunidade rural. Foi a última vez que foram avistados com vida.
Buscas intensas
Nos dias seguintes, as buscas mobilizaram a Brigada Militar, o Corpo de Bombeiros e equipes com cães farejadores. Homens e mulheres se revezavam na mata fechada, atravessando terrenos íngremes e de difícil acesso. A comunidade local também se envolveu, oferecendo informações, apoio logístico e orações pela vida de pai e filho.
Cada hora que passava sem notícias aumentava a tensão. Até que, na tarde de terça-feira, a confirmação veio: os corpos haviam sido encontrados.
As circunstâncias da tragédia
De acordo com a perícia do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Ricardo teria atirado contra o filho e, em seguida, tirado a própria vida. A polícia agora busca entender as circunstâncias e as motivações por trás do ato, que chocou não apenas Dom Feliciano, mas todo o estado.
A delegada Vivian Sander, responsável pela investigação, afirmou que todos os elementos estão sendo analisados com cautela para esclarecer o contexto em que a tragédia aconteceu.
Luto e comoção
O desfecho abalou a cidade de pouco mais de 15 mil habitantes. A Prefeitura de Dom Feliciano decretou três dias de luto oficial e divulgou nota em solidariedade à família das vítimas. Igrejas locais organizaram correntes de oração e moradores se reuniram em frente à prefeitura em sinal de pesar.
“É um momento de dor profunda que entristece toda a nossa comunidade. Manifestamos nossa solidariedade e oramos para que a família encontre conforto”, diz o comunicado oficial.

Reflexão dolorosa
O caso levanta questionamentos sobre saúde mental, conflitos familiares e os sinais que muitas vezes passam despercebidos até que a tragédia se concretize. Pedro Henrique, aos 5 anos, tinha toda uma vida pela frente. Ricardo, por razões ainda não totalmente esclarecidas, interrompeu não apenas a própria existência, mas também a do filho.
Em Dom Feliciano, a tragédia será lembrada não apenas pelo luto coletivo, mas como um alerta sobre a urgência de acolhimento e prevenção em situações de vulnerabilidade familiar.
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