Eduardo Bolsonaro volta suas críticas a Alexandre de Moraes e fala em “ditadura”: “O mundo está de olho”

O clima político em Brasília ganhou novos contornos de tensão nesta quinta-feira (21), após declarações incisivas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais para lançar duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando ser alvo de uma suposta perseguição judicial e descrevendo o atual momento político como “ditadura”.

A publicação nas redes

Em um texto publicado no X (antigo Twitter), Eduardo Bolsonaro afirmou que sua designação como suspeito pela Polícia Federal reforçaria a tese de que o Brasil vive um processo de degradação democrática.

“O mundo está de olho. Minha designação como suspeito pela Polícia Federal de Alexandre de Moraes só reforça o que eu venho dizendo: o Brasil não é mais uma democracia, é uma ditadura”, escreveu o parlamentar.

A mensagem ecoou rapidamente nas redes, recebendo apoio de aliados e críticas de opositores, reavivando o embate político e jurídico que se intensificou desde as eleições de 2022.

A conexão internacional

O comentário de Eduardo foi publicado horas depois de uma manifestação de Jason Miller, conselheiro próximo do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Miller havia compartilhado uma reportagem do The Washington Post, que destacou o papel de Alexandre de Moraes no combate à desinformação durante as eleições brasileiras, e não poupou ataques ao ministro.

“Compartilharemos isso com o presidente Donald Trump. PS — você é um idiota e uma ameaça à democracia em todo o Hemisfério Ocidental”, ironizou Miller em sua publicação.

Eduardo Bolsonaro, aproveitando o apoio internacional, reforçou seu discurso contra o Judiciário brasileiro, descrevendo-o como um poder que não toleraria críticas.

Temor de prisão

Em sua postagem, o deputado foi além e disse acreditar que será preso em breve, apontando falta de garantias constitucionais.

“Em tempo recorde, me levarão ao Supremo Tribunal Federal para me condenar sem direito a recurso, com base em uma narrativa fantasiosa que eles mesmos criam. É o que fazem contra qualquer um que ouse criticar sua conduta, como se agentes públicos fossem intocáveis”, afirmou.

Um cenário delicado

As falas de Eduardo Bolsonaro surgem em um momento em que o Supremo tem ampliado seu protagonismo nas investigações sobre redes de desinformação, atos antidemocráticos e ataques às instituições. Alexandre de Moraes, relator de inquéritos sensíveis, tornou-se a figura central dessas decisões — e, consequentemente, alvo de críticas da oposição bolsonarista.

A declaração do deputado soma-se a uma escalada de tensões que, além de repercutirem no debate político interno, já ultrapassam fronteiras, atraindo atenção de aliados internacionais do bolsonarismo, sobretudo nos Estados Unidos.

O episódio mostra que o embate entre Executivo, Legislativo e Judiciário, longe de arrefecer, continua sendo um dos principais pontos de instabilidade do cenário político brasileiro.

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