Tragédia na BR-634: caminhão tomba em curva e mata duas pessoas e cavalos no sudoeste da Bahia

Era madrugada de domingo (24) quando a BR-634, no trecho que liga Itambé a Ribeirão do Lago, tornou-se palco de uma cena de horror e desespero. Um caminhão que transportava cavalos perdeu o controle em uma curva acentuada e tombou em um barranco. O resultado: duas vidas interrompidas e animais mortos, deixando um rastro de destruição, luto e comoção em toda a região.


As vítimas da tragédia

No caminhão estavam Alex Alves da Silva, de 50 anos, e Danilo, de 43, ambos trabalhadores conhecidos na região. O impacto foi tão violento que a cabine ficou completamente destruída, impossibilitando qualquer chance de sobrevivência.

Alex e Danilo eram moradores do interior baiano e tinham histórias ligadas à lida com o campo e o transporte de animais. Os dois foram sepultados na manhã de segunda-feira (25), em Itapetinga, em cerimônias marcadas por forte comoção. Amigos e familiares lotaram os velórios, em clima de dor e incredulidade.

“Eles eram muito queridos, gente de bem, trabalhadores. É uma dor sem tamanho perder dois homens assim, de forma tão trágica”, lamentou um morador de Itambé.


O acidente: curva fatal e impacto devastador

De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o motorista perdeu o controle do veículo em uma curva fechada. O caminhão saiu da pista e despencou em direção ao barranco, destruindo a carroceria e deixando uma cena marcada pela mistura de ferragens, poeira e corpos.

O impacto não apenas vitimou os ocupantes, como também provocou a morte de alguns dos cavalos transportados. Para as equipes de resgate, que chegaram minutos depois, o cenário era descrito como “uma das mais tristes ocorrências dos últimos meses”.


Luto que atravessa a comunidade

A notícia correu rápido por Itambé, Ribeirão do Lago e Itapetinga. Em poucas horas, a comoção tomou conta das ruas. Comerciantes, vizinhos e colegas de trabalho interromperam suas rotinas para prestar solidariedade às famílias.

O velório de Alex e Danilo transformou-se em um ato coletivo de dor, reunindo centenas de pessoas. As lágrimas se misturavam às histórias compartilhadas sobre homens vistos como batalhadores, que agora deixam famílias devastadas e uma comunidade em silêncio.

Além da tragédia humana, a perda dos cavalos também gerou tristeza. Muitos deles eram de estimação ou tinham valor para competições e trabalhos rurais, o que aumenta a dimensão da dor.


Estradas perigosas, vidas em risco

A tragédia expõe, mais uma vez, a realidade das estradas do interior da Bahia. Motoristas que trafegam com frequência pela BR-634 denunciam a falta de sinalização, curvas perigosas e más condições de manutenção.

“Quem passa por ali sabe: é curva atrás de curva. De noite, então, é muito arriscado. Já perdi amigos nessa estrada”, relatou um caminhoneiro que chegou ao local pouco depois do acidente.

Autoridades afirmam que a velocidade pode ter contribuído para o tombamento, mas não descartam que fatores estruturais da via também tenham pesado na tragédia. A perícia deve detalhar as causas nos próximos dias.


Marcas irreparáveis

Com a morte de Alex e Danilo, duas famílias agora enfrentam o vazio deixado pela perda precoce. A tragédia também trouxe à tona a vulnerabilidade de quem depende diariamente das estradas para sobreviver.

Na BR-634, o silêncio voltou a reinar após a retirada do caminhão destruído. Mas, para as famílias e amigos, ficará para sempre a lembrança de uma madrugada em que o destino foi implacável.

“É uma ferida que nunca vai cicatrizar”, resumiu um parente durante o sepultamento.

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