Tragédia em condomínio: adolescente de 15 anos mata irmão de 7 em Serra (ES)

Um episódio de extrema violência abalou a cidade de Serra, na Região Metropolitana de Vitória (ES), na tarde deste sábado (7). Uma adolescente de 15 anos esfaqueou o próprio irmão, de apenas 7 anos, dentro do apartamento onde viviam com a mãe, causando a morte da criança e deixando em choque vizinhos e moradores do condomínio.

O crime

De acordo com relatos, as duas crianças estavam sozinhas no imóvel no momento do ataque, já que a mãe trabalhava fora. Em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, a jovem teria entrado em surto e atacado o menino com uma faca. A brutalidade surpreendeu os vizinhos, que ouviram gritos e correram para tentar ajudar.

Antes de ser contida, a adolescente chegou a ameaçar moradores e funcionários do condomínio, aumentando o clima de medo. Ela só foi controlada após a intervenção de um vizinho, que conseguiu desarmá-la e impedir que mais pessoas fossem feridas.

Histórico de transtornos

Testemunhas revelaram que a jovem apresentava histórico de transtornos psiquiátricos e fazia uso de medicamentos controlados. Ela era acompanhada por profissionais de saúde mental, incluindo especialistas do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Uma vizinha, que preferiu não se identificar, contou que a adolescente frequentemente dormia em sua casa e que já havia demonstrado comportamentos considerados preocupantes. “Ela tinha momentos de muita agitação, parecia carregar um sofrimento interno grande. Foi uma tragédia anunciada”, disse.

Socorro e desespero

Equipes do Samu e da Polícia Militar foram acionadas. O menino chegou a receber atendimento no local, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Vitória, onde será realizada a necropsia.

A mãe, ao ser informada sobre o ocorrido, entrou em estado de choque e precisou ser levada ao hospital. A família, até o momento, não emitiu pronunciamento oficial.

Comoção e medo

Moradores do condomínio relataram pânico durante o ataque. “Nunca imaginamos presenciar algo tão horrível. O menino era muito querido, todos aqui estão devastados”, afirmou uma moradora. A tragédia deixou um clima de luto e insegurança na vizinhança.

Debate sobre saúde mental

O caso reacende um debate urgente sobre a fragilidade das políticas públicas de saúde mental voltadas para crianças e adolescentes. Especialistas alertam que, embora o acompanhamento da jovem já estivesse em andamento, falhas no suporte familiar e institucional podem ter contribuído para o desfecho trágico.

Segundo profissionais da área, surtos psicóticos em adolescentes exigem atenção constante, monitoramento próximo e estratégias de prevenção, especialmente quando há histórico de comportamento agressivo ou instabilidade emocional.

Repercussão

A tragédia não apenas destruiu uma família, mas também expôs as dificuldades enfrentadas por milhares de outras que convivem diariamente com transtornos psiquiátricos em casa, muitas vezes sem o suporte adequado do poder público.

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do crime e avaliar as condições de saúde mental da adolescente, que poderá ser encaminhada a medida socioeducativa ou internação psiquiátrica, conforme determinação judicial.

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