Atitude de Bolsonaro ao saber que foi condenado surpreende aliados e opositores

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (11), por tentativa de golpe de Estado e liderança de organização criminosa, foi um marco histórico na política brasileira. Porém, o que mais chamou atenção foi a reação inesperada — ou melhor, a falta dela — do ex-chefe do Executivo.

Silêncio calculado

Pouco antes do início da sessão, Bolsonaro foi visto no pátio de sua casa em Brasília, vestindo uma camisa polo verde e calça preta, acompanhado do cunhado Eduardo Torres. Fontes próximas afirmam que, ao ser informado da condenação, ele não demonstrou explosões de raiva ou discursos inflamados, como muitos esperavam.

Ao contrário, manteve-se em silêncio absoluto, evitando até mesmo comentar o resultado com os aliados que estavam presentes. A atitude surpreendeu porque destoou completamente do estilo combativo e enérgico que marcou sua trajetória política.

Segundo interlocutores, essa postura faz parte de uma estratégia calculada de defesa, orientada por seus advogados, que recomendam evitar declarações públicas que possam ser usadas contra ele. Bolsonaro, em prisão domiciliar desde agosto, também não participou das audiências no STF, alegando problemas de saúde.

Reação da família e aliados

Enquanto o ex-presidente permaneceu calado, Flávio Bolsonaro, senador pelo PL-RJ e filho mais velho, foi um dos primeiros a se manifestar. Em publicação no X (antigo Twitter), escreveu:

“Chamam de julgamento um processo que todos já sabiam o resultado antes mesmo de ele começar.”

A fala reforça a estratégia do grupo bolsonarista de narrar a condenação como perseguição política. Outros aliados seguiram a mesma linha, criticando a atuação do STF e defendendo a anulação do processo.

Impacto político

O silêncio de Bolsonaro gera interpretações distintas. Para adversários, pode significar fraqueza e resignação diante de uma condenação inevitável. Já para apoiadores, trata-se de uma estratégia de sobrevivência política, preservando-se para futuras batalhas jurídicas e eleitorais.

Enquanto isso, especialistas afirmam que o julgamento pode redefinir os rumos da política nacional, já que a condenação de um ex-presidente por tentativa de golpe é inédita na história do país.