Governo Trump promete resposta à condenação de Jair Bolsonaro

A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) provocou uma forte reação do governo dos Estados Unidos e elevou a crise diplomática a um novo patamar.

Na noite desta quinta-feira (11 de setembro), o Secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou em publicação no X (antigo Twitter) que os EUA irão “responder adequadamente” ao que chamou de “caça às bruxas contra Bolsonaro”.

Declaração oficial dos EUA

Em sua mensagem, Rubio atacou diretamente o Judiciário brasileiro e citou o ministro Alexandre de Moraes:

“As perseguições políticas do violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros do STF decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro”, escreveu o chefe da diplomacia americana.

A manifestação ocorreu horas após a Primeira Turma do STF confirmar a condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Relação Brasil–EUA em colapso

Nos últimos meses, os atritos entre os dois países vinham se intensificando. Entre as medidas já tomadas por Washington estão:

  • Sanções pessoais contra Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky;
  • Suspensão de vistos de oito ministros do STF;
  • Tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada como resposta à suposta perseguição política contra Bolsonaro.

Agora, a promessa de novas retaliações aumenta a pressão internacional em torno da crise.

Bastidores e articulações

Segundo a imprensa americana, a ofensiva diplomática foi alimentada por aliados de Bolsonaro em Washington, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o comentarista Paulo Figueiredo, que teriam atuado diretamente junto a parlamentares republicanos e ao próprio governo Trump.

O que vem pela frente

Ainda não há detalhes sobre quais medidas adicionais o governo dos EUA pode adotar. No entanto, a ameaça pública de Rubio já é vista como um gesto inédito de hostilidade contra o Brasil.

Enquanto isso, em Brasília, a expectativa gira em torno da sentença formal, que será lida nesta sexta-feira (12), definindo oficialmente a pena de Bolsonaro e de seus aliados.

O episódio marca o ponto mais delicado da diplomacia Brasil–EUA nas últimas décadas, colocando em choque direto o STF brasileiro e a administração Trump.

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