Entenda o que acontece no julgamento de Bolsonaro se Fux pedir vista
Julgamento inédito no STF coloca Bolsonaro no banco dos réus
Nesta quarta-feira (10), o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou um julgamento que pode entrar para a história política do Brasil. Pela primeira vez, um ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), está no banco dos réus em um processo que apura tentativa de golpe de Estado e ataques ao Estado Democrático de Direito.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já votou pela condenação de Bolsonaro e de outros sete acusados. O ministro Flávio Dino acompanhou o voto, formando um placar inicial de 2×0 pela condenação.
Agora, os olhares se voltam para o ministro Luiz Fux, que será o próximo a se manifestar.
O que acontece se Fux pedir vista?
Um ponto central do julgamento é a possibilidade de Fux pedir vista — ou seja, solicitar mais tempo para analisar os autos do processo antes de votar.
Caso isso ocorra, o andamento seria suspenso por até 90 dias, prazo máximo estabelecido pelas regras internas do STF. Com isso, a análise só poderia ser retomada em dezembro deste ano, mas ainda dentro de 2025, afastando a possibilidade de empurrar a decisão para 2026.
Durante esse período, nenhuma decisão definitiva sobre Bolsonaro poderia ser tomada, prolongando as tensões políticas e jurídicas em torno do caso.
Tensões dentro do Supremo
O julgamento já apresentou momentos de tensão entre os ministros. O voto de Alexandre de Moraes, que durou mais de cinco horas, foi interrompido em tom descontraído por Flávio Dino, que sugeriu uma pausa para que o relator tomasse água.
Apesar do clima leve, Fux chamou atenção para o acordo de não haver interrupções durante os votos. Cristiano Zanin, por sua vez, ponderou que Moraes havia autorizado a fala de Dino.
Fux reagiu afirmando que, durante seu voto, não permitirá interrupções, reforçando seu perfil de postura firme em julgamentos delicados.
Expectativas para o voto de Fux
Logo no início da sessão, Fux sinalizou que pode divergir do relator. Ele destacou que, desde a aceitação da denúncia, já havia apresentado discordâncias sobre pontos específicos do processo. Essa declaração aumenta a expectativa de que o ministro adote uma posição mais crítica em relação ao voto de Moraes e Dino.
Ainda restam, além de Fux, os votos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Cristiano Zanin. Ambos também têm a prerrogativa de pedir vista, o que pode alongar ainda mais o julgamento.
Por que este julgamento é histórico?
O processo contra Bolsonaro é considerado um marco, já que trata diretamente de ações que visaram desestabilizar as instituições democráticas após as eleições de 2022.
A decisão final poderá definir não apenas o futuro político do ex-presidente, mas também fixar jurisprudência sobre responsabilidades de autoridades em casos de ruptura institucional.
Conclusão
O julgamento de Jair Bolsonaro no STF já é visto como um dos mais importantes da história recente do Brasil. Caso o ministro Luiz Fux peça vista, o processo será suspenso por até três meses, adiando um desfecho, mas não a ponto de levar a definição para 2026.
A cada voto, cresce a tensão dentro do Supremo e entre a população, que acompanha ansiosa os próximos passos. O desfecho desse julgamento poderá impactar diretamente o cenário político nacional nos próximos anos.
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