Lula manda recado direto a Trump: “Soberania e democracia do Brasil não estão à venda”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou, no último domingo (14), um artigo no jornal norte-americano The New York Times, em que respondeu diretamente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O texto, intitulado “Democracia e soberania brasileiras são inegociáveis”, foi a manifestação mais contundente do governo brasileiro diante da crise diplomática recente entre os dois países.

No artigo, Lula criticou as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, classificando-as como “ilógicas” e “políticas”. Ele ressaltou que, em 15 anos, os EUA acumularam um superávit de cerca de 410 bilhões de dólares no comércio bilateral, lembrando ainda que 75% das exportações americanas ao Brasil entram sem impostos.

Além da questão econômica, o presidente fez questão de defender o processo democrático brasileiro. Em resposta às críticas de Trump sobre o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), Lula afirmou que “a democracia e a soberania brasileiras não estão na mesa de negociações”. Ele destacou ainda sentir orgulho da decisão da Suprema Corte, rechaçando acusações de perseguição política.

“Presidente Trump, continuamos abertos a negociar qualquer coisa que possa trazer benefícios mútuos. Mas a democracia e soberania do Brasil não estão em pauta”, escreveu.

O artigo também abordou outros pontos relevantes:

  • Tecnologia e liberdade de expressão: Lula negou que o Brasil persiga empresas de tecnologia ou pratique censura, dizendo que todas as plataformas seguem as mesmas leis nacionais.
  • Inclusão financeira: o presidente exaltou o PIX como ferramenta de inclusão social e inovação, que transformou o acesso a serviços bancários.
  • Meio ambiente: destacou as ações contra o desmatamento na Amazônia e medidas recentes de combate ao crime ambiental.

A publicação teve forte repercussão internacional e foi interpretada como um recado direto ao governo americano. Autoridades brasileiras classificaram o texto como uma defesa firme da soberania nacional e da independência das instituições.

Com esse posicionamento, Lula tenta reafirmar o papel do Brasil como Estado soberano, disposto ao diálogo, mas resistente a pressões externas que comprometam sua democracia e autonomia.

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