“Mansão do Horror”: Festas com álcool, topless e fome — denúncias contra Hytalo Santos revelam bastidores sombrios de rede de exploração de menores

As paredes brancas da luxuosa mansão em Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, escondem um cenário que, segundo denúncias, mais parece roteiro de um filme perturbador. Por trás dos vídeos “divertidos” e da imagem de “pai adotivo” amoroso que conquistou milhões nas redes sociais, o influenciador paraibano Hytalo Santos é acusado de manter uma rotina de maus-tratos, festas regadas a álcool e drogas, e exposição sexual de menores — um verdadeiro inferno travestido de entretenimento.

As revelações vieram à tona após investigações do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e uma denúncia explosiva feita pelo humorista Felca em seu canal no YouTube, que viralizou na última semana.


O “conto de fadas” que virou pesadelo

Conhecido por chamar crianças e adolescentes de “filhos adotivos” na sua popular “Turma do Hytalo”, o influenciador era visto por muitos como alguém que dava oportunidades e visibilidade a jovens de famílias humildes. Mas, segundo relatos de ex-colaboradores e pessoas próximas, o que acontecia longe das câmeras era bem diferente:

“O carinho que o público vê só existe para os vídeos. Fora disso, é frieza e controle absoluto”, disse uma fonte, que pediu para não ser identificada por medo de ameaças.

Dentro da casa, Hytalo controlaria até o horário que os menores poderiam comer. Se ele decidisse acordar às 15h, ninguém almoçava antes disso. “Se ele não quiser comer, ninguém come. É como se a vida deles fosse cronometrada pelo humor dele”, revelou outra fonte.

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Rotina tóxica e manipulação

Testemunhas afirmam que o influenciador mantém hábitos noturnos extremos: vira a madrugada acordado, só dorme às 9h da manhã e exige que todos sigam o mesmo ritmo, prejudicando o desempenho escolar. Embora todos estejam matriculados, a frequência seria “flexível” para não atrapalhar gravações, deixando alguns adolescentes dias sem ir à aula.

A situação financeira também é um ponto crítico: apesar de gerarem conteúdo monetizado, os jovens raramente veem o dinheiro. Um taxista relatou que precisou pagar o lanche de três adolescentes durante uma viagem de gravação, pois eles “não tinham R$ 1 no bolso e estavam com fome”.

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Festas proibidas

O aspecto mais chocante das denúncias envolve festas na mansão. Relatos descrevem um ambiente impróprio para menores, com bebidas alcoólicas, drogas ilícitas e comportamentos sexualizados incentivados por adultos.
Um ex-funcionário foi direto:

“Era álcool para todo lado, música obscena, meninas de shortinho minúsculo se beijando, topless em plena luz do dia… tudo normalizado lá dentro.”

Segundo o MPPB, vizinhos denunciaram que adolescentes circulavam de moto, sem camisa, apenas para exibir tatuagens nas costas. A promotora Ana Maria França confirmou que esses episódios deram início à investigação:

“Não era apenas barulho. Eram cenas explícitas com menores, festas até altas horas e exposição deliberada nas redes.”

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Dinheiro, poder e influência

A investigação também apura se pais e responsáveis teriam recebido benefícios para permitir a emancipação dos filhos e sua participação nos vídeos. Há indícios de presentes caros como iPhones e aluguel de casas pagos por Hytalo para familiares, em troca do controle sobre os adolescentes.

Cerca de 17 jovens emancipados teriam feito parte dessa rede, e agora, além do influenciador, os próprios pais podem responder judicialmente por omissão e danos.


A queda

Na última terça-feira (12), a Justiça determinou o bloqueio das contas de Hytalo nas redes sociais, a proibição de contato com menores envolvidos e a desmonetização total de seu conteúdo. Seu perfil no Instagram já havia sido suspenso dias antes.

O influenciador nega todas as acusações e afirma ser vítima de perseguição. As vítimas não foram ouvidas novamente para evitar a chamada “revitimização”, já que os depoimentos iniciais descrevem situações traumáticas.


O caso segue em investigação, mas as denúncias já expõem uma dura realidade: o glamour da fama digital pode esconder um lado sombrio onde inocentes pagam o preço. Enquanto fãs e curiosos aguardam novos desdobramentos, uma pergunta ecoa: quantas outras “mansões do horror” ainda estão escondidas por trás das telas?

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