Meu marido adiou minha viagem dos sonhos por anos – e depois disse que eu era «muito velha» para isso!

Maria Helena tinha 68 anos quando finalmente decidiu que era hora de viver por si. Desde os 40 sonhava em conhecer a Grécia — as casinhas brancas de Santorini, as ruínas de Atenas, o azul profundo do mar Egeu. Sempre foi um sonho adiado, sempre por uma razão diferente: as contas, os filhos, o trabalho, e — mais do que tudo — o marido, Osvaldo.

“Agora não é hora, Lena”, ele dizia. “Ano que vem, quem sabe.” Mas o ano seguinte virava mais um, e outro, até que a desculpa mudou: “Você já passou da idade pra esse tipo de coisa, não acha? Essas aventuras são pra gente nova.”

A frase ficou ecoando na mente de Maria Helena por semanas. Era como se alguém tivesse trancado sua alma em uma gaiola. Ela se olhou no espelho e se perguntou: “Estou mesmo velha para sonhar? Para viver algo novo?”

Foi nesse momento que decidiu: não esperaria mais por ninguém. Comprou a passagem com as economias que guardava em segredo há anos. Disse ao marido que ia sozinha — e foi.

Santorini a recebeu como uma velha amiga. Caminhou pelas ladeiras brancas, tirou fotos ao pôr do sol, chorou ao tocar as colunas de mármore que só vira em livros. Fez amizade com um grupo de mulheres da sua idade, de diferentes países, todas com histórias parecidas: amores que não as ouviram, filhos que já tinham voado, sonhos guardados como cartas nunca enviadas.

Cada dia na Grécia era uma redescoberta de si. Ria alto. Dançava. Sentia-se bonita — não apesar da idade, mas por causa dela.

Quando voltou, Osvaldo a esperava com a mesma expressão de sempre. Ela, diferente, não.

“Então, satisfeita com sua viagem de velhos?” ele provocou.

Ela apenas sorriu, serena. “Não. Foi uma viagem de alguém que finalmente entendeu que nunca é tarde demais para escolher a si mesma.”

Naquela noite, Maria Helena dormiu em paz. E pela primeira vez em muitos anos, sonhou com o futuro — um futuro em que ela era a protagonista.

Share this content:

Publicar comentário