Michelle se pronuncia após voto de Fux: “Não há espaço para perseguições cruéis”

Após a reviravolta no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou nesta última quinta-feira, 11 de setembro, pelas redes sociais.

Em uma publicação nos stories do Instagram, Michelle comemorou o voto do ministro Luiz Fux, que se posicionou pela absolvição de Bolsonaro e de outros cinco réus acusados de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. Sua fala foi interpretada como um recado direto aos ministros que já haviam votado pela condenação.

“Quando a coerência e o senso de justiça prevalecem sobre a vingança e a mentira, não há espaço para perseguições cruéis nem julgamentos parciais”, escreveu Michelle.

O voto que mudou o clima do julgamento

Na quarta-feira, Fux apresentou um voto longo, com duração de quase 14 horas, divergindo dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que já haviam se manifestado pela condenação do ex-presidente.

Em sua decisão, Fux não apenas absolveu Bolsonaro das acusações mais graves, mas também levantou questões preliminares que podem alterar o rumo do processo. Para ele, o STF não teria competência para julgar o caso, já que os réus não possuem mais prerrogativa de foro, e ainda teria ocorrido cerceamento de defesa.

A postura do ministro animou a base bolsonarista, que vinha acompanhando o julgamento com apreensão.

Repercussão política

A fala de Michelle rapidamente ganhou destaque entre apoiadores, que interpretaram sua manifestação como um reforço ao discurso de que Bolsonaro é alvo de perseguição política.

Enquanto opositores criticaram o posicionamento, classificando-o como uma tentativa de pressionar o Supremo, aliados do ex-presidente celebraram o gesto da ex-primeira-dama, que vem consolidando sua presença política e já é vista como uma das principais lideranças do campo conservador.

O que vem pela frente

Com o voto de Fux, o placar parcial do julgamento está em 2 a 1 pela condenação (Moraes e Dino) contra 1 pela absolvição (Fux). A decisão agora depende dos votos dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que deverão se manifestar ainda nesta quinta-feira, em sessão marcada para as 14h.

A expectativa é de que os próximos votos sejam determinantes para o destino político e jurídico de Bolsonaro. Enquanto isso, o país segue acompanhando, em clima de forte polarização, um dos julgamentos mais importantes da história recente.

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