“Minha conta: US$ 0” — Jornalista americano é salvo pelo SUS e se encanta com o sistema público brasileiro
Enquanto nos Estados Unidos uma emergência médica pode custar o equivalente a um carro novo, no Brasil, um atendimento completo — com ambulância, tomografia e exames — saiu de graça. Esse foi o choque cultural vivido por Terrence McCoy, jornalista do Washington Post, após sofrer um acidente em Paraty (RJ).

🇧🇷 Uma pancada na cabeça e uma lição sobre saúde pública
Durante férias com a família, McCoy sofreu um acidente improvável: a porta do porta-malas de um carro caiu direto sobre sua cabeça. Atordoado e com suspeita de convulsão, ele foi socorrido por uma ambulância e levado às pressas ao hospital público. Lá, passou por tomografia computadorizada, exames de sangue e avaliação médica.
Em qualquer hospital dos Estados Unidos, um atendimento assim renderia uma conta de pelo menos US$ 10 mil (cerca de R$ 54 mil). No Brasil? Nada. Zero. “Minha conta: US$ 0”, escreveu, ainda incrédulo, em reportagem publicada nesta semana.

❤️ “Só se preocuparam com minha saúde”
O que mais impressionou o jornalista não foi o atendimento em si, mas a humanidade do serviço. “Ninguém pediu meu CPF, nem um cartão de seguro. Só me atenderam”, contou.
Dias depois, seu filho também precisou de atendimento após apresentar febre alta. Diagnóstico: amigdalite. Mais uma vez, atendimento completo — sem pagar um centavo.
“Se eu estivesse em Nova York, teria que escolher entre chamar uma ambulância ou um táxi para não falir”, disse.
🩺 Crítica construtiva e reconhecimento justo
McCoy não deixou de pontuar os desafios do SUS, como filas e subfinanciamento, mas classificou o sistema brasileiro como “um milagre de inclusão social”. Ele também destacou que, enquanto muitos americanos vivem sob o terror de dívidas médicas, o Brasil oferece dignidade até nos momentos mais críticos.

📣 Lula responde: “Os pobres precisam ser tratados como pessoas”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a repercussão da reportagem e reafirmou o compromisso com a saúde pública:
“Não vamos deixar esse programa fracassar — os pobres precisam ser tratados como pessoas”, disse, em referência ao fortalecimento do SUS.
🧬 O SUS em números: um gigante silencioso
Criado pela Constituição de 1988, o SUS garante acesso universal e gratuito à saúde para mais de 215 milhões de brasileiros. Só em 2024, foram realizados 2,8 bilhões de atendimentos.
O sistema é responsável por:
- Vacinação em massa
- Atendimento pré-natal
- Transplantes e cirurgias de alta complexidade
- Combate a epidemias
- Saúde mental, emergências e muito mais
Segundo o Ministério da Saúde, o SUS é a principal forma de atendimento médico para 70% da população.
🌎 Para o mundo, um exemplo. Para os brasileiros, um tesouro a ser defendido.
A história de McCoy viralizou nas redes sociais como um lembrete poderoso: um sistema gratuito e universal de saúde salva vidas e evita ruínas financeiras. E o SUS, com todas as suas dificuldades, continua sendo um patrimônio nacional — respeitado lá fora, e muitas vezes subestimado aqui dentro.
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