Morte no asfalto: empresário mineiro morre testando BMW e deixa legado de liderança e paixão pela velocidade
A tarde de segunda-feira, 18 de agosto, prometia ser de emoção controlada, voltada à velocidade, à técnica e ao prazer dos motores. Mas terminou em silêncio, sirenes e luto. O empresário e CEO mineiro Henrique Siqueira Almeida, de 46 anos, morreu após perder o controle de uma BMW M3 durante um teste de pista no Autódromo Internacional Potenza, em Lima Duarte, na Zona da Mata de Minas Gerais.
Conhecido no setor de transportes, comércio exterior e logística por sua visão estratégica e seu perfil de liderança moderna, Henrique aliava a paixão pelos negócios com o amor declarado por carros de alta performance. O que seria mais um treino em circuito controlado terminou em tragédia — e deixou um vazio em empresas, entidades de classe, colaboradores, amigos e familiares.
🚗💥 O acidente
De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, Henrique conduzia a BMW M3 em um dos trechos mais técnicos da pista quando, ao entrar em uma curva, perdeu o controle do veículo. O carro saiu do traçado e colidiu violentamente com um barranco às margens do autódromo.
O impacto foi fatal.
Uma testemunha ouvida pela polícia contou que estava acompanhando os treinos de fora da pista e ouvia o ronco característico do motor da BMW. Subitamente, o som cessou. Estranhou o silêncio. Momentos depois, veio o aviso: havia ocorrido um acidente. A mesma testemunha correu até o ponto da colisão e ajudou a retirar Henrique de dentro do automóvel. Ele ainda respirava, mas em estado gravíssimo. A equipe médica do autódromo foi imediatamente acionada, assim como o SAMU. Os socorristas realizaram os procedimentos de emergência no local, mas o empresário não resistiu aos ferimentos. A morte foi constatada ainda na pista.
🕯️ Luto no empresariado mineiro
A notícia da morte de Henrique se espalhou rapidamente por Belo Horizonte e por todo o estado. Nas redes sociais, colegas de profissão, empresários, sindicatos, clientes e amigos expressaram consternação e homenagens.
A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais (FETCEMG) divulgou uma nota de pesar destacando o perfil de liderança e comprometimento de Henrique:
“Ele deixa um legado de liderança, ética e dedicação. Um profissional que acreditava na modernização do setor, que valorizava as pessoas e que conduzia seus negócios com visão, coragem e humanidade.”
Henrique era CEO da Confins Transportes e diretor da Internacional Comissária, além de atuar como despachante aduaneiro. Sob sua gestão, as empresas cresceram, inovaram e conquistaram reconhecimento nacional. Era admirado pela forma como conciliava estratégia com proximidade humana — ouvia equipes, visitava operações e sempre reforçava a importância da ética no ambiente corporativo.
🏎️ Paixão por velocidade
Fora do escritório, Henrique era conhecido por uma paixão: o automobilismo. Participava com frequência de treinos em autódromos e eventos de track day — prática em que motoristas amadores ou semiprofissionais dirigem carros de alta performance em pistas fechadas, com segurança e estrutura médica à disposição.
Segundo amigos próximos, ele via nos treinos uma válvula de escape, uma forma de unir técnica, disciplina e adrenalina. “Era uma paixão saudável. Ele levava muito a sério. Estudava a pista, conversava com instrutores, se preparava com rigor. Ninguém imaginava esse desfecho”, contou um colega que também pratica o esporte.
🕊️ Velório e despedida
O corpo de Henrique Siqueira Almeida será sepultado no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte. A despedida promete reunir não apenas familiares e amigos, mas também colaboradores, clientes, lideranças de entidades empresariais e admiradores de sua trajetória.
Ainda não há informações oficiais sobre as causas exatas do acidente. A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da colisão, ouvir testemunhas, analisar o estado do veículo e avaliar se houve falha mecânica, erro humano ou outro fator que tenha contribuído para a tragédia.
🌟 Legado de liderança e humanidade
Henrique deixa esposa, filhos e centenas de colaboradores que o viam como mais do que um gestor: um mentor, um homem acessível e inspirador. Ex-funcionários relataram que ele fazia questão de conversar pessoalmente com motoristas, atendentes e equipes de base. “Ele dizia que empresa nenhuma cresce se quem está no chão da operação não for ouvido. Ele nos enxergava”, disse um ex-funcionário emocionado.
No mundo corporativo, Henrique era conhecido por unir tecnologia, logística inteligente e compromisso com a sustentabilidade. Defendia que o transporte de cargas deveria ser mais seguro, moderno e humano. “Transporte com propósito”, dizia ele em eventos do setor.
Sua morte repentina deixa uma lacuna que vai além do universo dos negócios. Deixa a sensação de que um projeto de vida, guiado por coragem e paixão, foi interrompido em pleno voo — ou melhor, em plena curva.
⚠️ Reflexão e alerta
A tragédia também reacende discussões sobre a segurança em eventos de track day e testes de carros esportivos. Apesar de serem realizados em ambientes controlados, com regras e protocolos, esses treinos envolvem riscos reais. Especialistas reforçam que mesmo pilotos experientes podem enfrentar imprevistos mecânicos, falhas humanas ou variações de pista que levam a acidentes graves.
A morte de Henrique, portanto, não é apenas um luto. É um alerta. Sobre a linha tênue entre a paixão pela velocidade e a responsabilidade com a própria vida. Sobre como líderes, por mais visionários que sejam, continuam vulneráveis às fragilidades humanas.
🖤 Última curva
Naquela segunda-feira, o rugido de um motor de alta performance ecoava pelo autódromo. Era Henrique, como tantas outras vezes, buscando o equilíbrio entre controle e emoção. Mas, naquela curva, o destino o esperava. E a linha de chegada não foi a que ele planejou.
Minas Gerais perde um empresário brilhante. O setor de transportes perde um inovador. E o Brasil perde mais uma vida que combinava competência, humildade e paixão.
Henrique Siqueira Almeida agora faz parte de um outro tipo de corrida: a que deixa legado, memória e saudade.
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