O adeus a Sther: laudo confirma causa da morte e velório é marcado por dor e pedidos de justiça

No calor abafado da tarde de quarta-feira, 20 de agosto, o silêncio cortado pelo choro inconsolável tomou conta do cemitério no Rio de Janeiro. Era o último adeus à jovem Sther Barroso dos Santos, de apenas 19 anos, cuja vida foi brutalmente interrompida durante um baile funk no último fim de semana.

O laudo médico, divulgado horas antes do sepultamento, confirmou o que a violência já havia estampado: hemorragia cerebral e politraumatismo foram as causas da morte. Termos técnicos que, no fundo, resumem o que todos já sabiam — Sther foi espancada até a morte.

🔴 Um velório em desespero
O momento mais doloroso da cerimônia veio com o desabafo de sua mãe, Carina Couto. Entre lágrimas, diante do caixão branco enfeitado com flores, ela ergueu a voz em súplica:

“Tirou a minha filha de mim. Eu quero justiça, quero a minha filha de volta.”

A cena, presenciada por parentes, amigos e vizinhos, expôs em carne viva a dor de uma família que, além da perda, carrega a revolta diante da impunidade.

🔴 O suspeito e o passado de ameaças
Apontado como principal suspeito, Bruno da Silva Loureiro, o “Coronel”, é considerado chefe do tráfico no Morro do Muquiço e acumula 12 mandados de prisão em aberto. Segundo relatos da família, Sther já havia se relacionado com ele. O término, porém, trouxe perseguições e ameaças constantes. Para escapar, a jovem havia deixado a comunidade meses antes.

Mesmo assim, a distância não foi suficiente para protegê-la. No baile funk, o reencontro terminou em tragédia.

🔴 Os sonhos interrompidos
Entre coroas de flores e lágrimas, amigos compartilharam cadernos e anotações deixados por Sther. Em páginas rabiscadas, ela projetava o futuro que agora nunca virá: terminar a escola, fazer três cursos e adotar um cachorro. Metas simples, mas carregadas de esperança, arrancadas de uma vida que mal começara.

Sua irmã, Stefany, usou as redes sociais para desabafar a impotência que sente:

“Não consegui salvar minha irmã. Sinto uma dor que não cabe no peito.”

🔴 A busca por justiça
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) conduz as investigações. Enquanto isso, Coronel segue foragido, como em tantas outras ocasiões. Para a família, a justiça só começará a ser feita quando ele for capturado.

Até lá, o caso de Sther se junta a uma estatística brutal que atravessa o cotidiano das periferias brasileiras: jovens, em especial mulheres, mortos de forma violenta, deixando para trás famílias em luto e sonhos interrompidos.

🔴 Crônica de um Brasil em luto
No fim da cerimônia, quando o caixão desceu à sepultura, o grito da mãe ecoou mais uma vez, desta vez em silêncio coletivo: o pedido por justiça. O corpo de Sther agora descansa sob a terra fria, mas sua história reverbera como denúncia de uma realidade que insiste em se repetir.

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