Saúde de Bolsonaro: médicos revelam quadro delicado e detalham riscos de esofagite e obstruções intestinais

O ex-presidente Jair Bolsonaro volta a estar no centro das atenções, desta vez por motivos médicos. Nos últimos dias, sua equipe de saúde decidiu falar publicamente sobre seu verdadeiro estado clínico, revelando que problemas crônicos exigem cuidados contínuos e já interferem em sua rotina política e pessoal.

O primeiro deles é uma esofagite crônica, uma inflamação no esôfago que provoca refluxo constante e episódios prolongados de soluço. Embora possa parecer apenas desconfortável, especialistas alertam que, quando não tratada adequadamente, a condição pode se tornar debilitante, prejudicando inclusive a fala e a capacidade de se alimentar — fatores críticos para figuras públicas que precisam se comunicar diariamente. Bolsonaro já mencionava essas crises desde 2021, mas em julho deste ano o quadro se agravou, levando-o a suspender por completo sua agenda e buscar atendimento emergencial.

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“Pacientes com histórico de traumas no aparelho digestivo, como o ferimento por faca que Bolsonaro sofreu em 2018, têm maior risco de complicações. O refluxo constante, associado à inflamação, exige não só medicação, mas mudanças rigorosas na alimentação e no estilo de vida”, explicam médicos que acompanham o caso.

O segundo problema, considerado mais grave pelos profissionais de saúde, está relacionado às múltiplas cirurgias abdominais realizadas desde o atentado de 2018. Em abril deste ano, Bolsonaro passou por um procedimento complexo para tratar uma obstrução intestinal, e especialistas alertam para o risco de novas aderências — quando partes do intestino se colam umas às outras, dificultando ou bloqueando a passagem dos alimentos e líquidos. Cada nova obstrução aumenta a probabilidade de complicações graves, muitas vezes exigindo intervenção cirúrgica emergencial.

“Essas aderências são consequência natural das cirurgias repetidas e tendem a se tornar mais frequentes com o tempo. Podem causar dores intensas, vômitos, distensão abdominal e, em casos extremos, risco à vida se não forem tratadas rapidamente”, destacam os especialistas.

Diante do quadro, a equipe médica recomendou uma série de exames detalhados para monitorar a evolução da condição. Nesta terça-feira (12), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que Bolsonaro deixasse a prisão domiciliar no próximo sábado para realizar os procedimentos em um hospital de Brasília. A decisão judicial estabelece, no entanto, que o ex-presidente retorne imediatamente à residência após os exames, cumprindo todas as orientações médicas e restrições legais.

O caso traz à tona não apenas as consequências de um atentado que marcou a eleição de 2018, mas também a delicada interação entre saúde e política. Para apoiadores, é essencial garantir que Bolsonaro receba atenção médica adequada, enquanto críticos questionam o impacto de suas condições físicas sobre sua capacidade de participação em debates e decisões públicas.

Nos próximos dias, todos os olhos estarão voltados aos resultados dos exames e às recomendações médicas, que podem redefinir mais uma vez a agenda e as possibilidades de atuação do ex-presidente. Em um cenário em que política e saúde se entrelaçam, cada detalhe clínico tem repercussão direta no debate nacional, lembrando que, mesmo fora do cargo, a saúde de Bolsonaro continua sendo um fator de peso no país.

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